Simulação de emergência na empresa: como fazer e conceitos básicos

Simulação de emergência na empresa: como fazer e conceitos básicos

Qualquer falha de segurança em empresas pode acarretar prejuízo de difícil ou impossível reparação. Com o objetivo de evitar esse problema, deve ser realizada a simulação de emergência na empresa.

Trata-se de um procedimento obrigatório por lei, que visa a reduzir os danos causados em um eventual acidente. Mas, de modo que seja possível avaliar se o procedimento adotado é seguro e eficaz, todo o processo deve seguir um rito planejado e supervisionado.

Com o intuito de educar o leitor quanto a este assunto, trazemos este guia que ensinará, de forma rápida e informativa, como realizar uma simulação, qual a sua importância, como analisá-la e, no fim, daremos diversas dicas de segurança. Acompanhe!

O que é uma simulação de emergência na empresa?

Consiste em um treinamento que simula, de forma realista, uma situação de risco na empresa, fazendo com que todos funcionários sigam os mesmos passos — que devem ser seguidos em um caso real.

Todas as instruções são designadas pelos responsáveis pela segurança predial. Deve-se utilizar as saídas de emergência e equipamentos de segurança disponíveis, verificando suas utilidades e funcionamentos.

Para os colaboradores, também é essencial entender quais são os conceitos básicos das terminologias utilizadas ao tratar do tema.

No que consistem situações emergenciais?

As definições estão discriminadas na ABNT NBR (norma brasileira) nº 15.219:2005, principal norma que dispõe sobre o assunto — mais especificamente, ela trata de planos de emergência contra incêndios. Quanto à emergência, a norma a conceitua como:

situação crítica e fortuita que representa perigo à vida, ao meio ambiente e ao patrimônio, gerando um dano continuado que obriga a uma imediata intervenção operacional”.

O mesmo texto legal dispõe classificações para o risco, que variam de acordo com a intensidade do incêndio que pode ser causado. Confira-as abaixo:

  • risco alto: planta com carga de incêndio acima de 1.200 MJ/m²;
  • risco médio: planta com carga de incêndio entre 300 e 1.200 MJ/m²;
  • risco baixo: planta com carga de incêndio até 300 MJ/m².

Em quais segmentos é viável aplicar?

A NBR nº 15.219/05 afirma que o plano emergencial deve ser elaborado em qualquer planta. Só não há necessidade de se aplicá-lo em plantas destinadas às residências unifamiliares, ou seja, propriedade destinada a uma única família.

A simulação deve ser aplicada em todos os segmentos e setores da companhia —afinal, é importante prevenir o máximo de perdas possível.

Qual é a importância dos simulados?

Com o objetivo de prevenir riscos e que mais danos sejam causados à edificação, os exercícios são essenciais de modo a manter a ordem e reduzir os prejuízos em eventuais acidentes.

Todos os ocupantes do prédio devem ser treinados. Assim, em caso de perigo real, os envolvidos não ficarão perdidos ou atuarão com desespero, pois saberão para onde ir e como agir.

Afinal, o objetivo primordial das simulações é resguardar o bem mais precioso de cada indivíduo: a vida.

Como posso fazer uma simulação?

Há diversas legislações que dispõem sobre a realização das simulações de forma específica, mas possuem aplicação apenas estadual, como a Instrução Técnica 16 de 2011, expedida pelo Corpo de Bombeiros de São Paulo.

A ABNT NBR nº 15.219:2005, é uma norma aplicada em todo território nacional. Além disso, ela é utilizada de forma a preencher todas as lacunas existentes nas instruções estaduais.

O texto dispõe sobre os requisitos mínimos para elaboração, realização manutenção e análise dos planos emergenciais contra incêndios. Para facilitar, estruturamos um passo a passo que traz todo o procedimento, de forma fácil e resumida. Confira:

Necessidade de divulgação

Primeiramente, deve-se informar todos os envolvidos quanto à existência do plano de emergência e, após, distribuir um manual básico sobre como agir durante sua execução.

Quanto aos visitantes sem acesso diário ao estabelecimento, devem ser notificados do projeto por meio panfletos, vídeos e outros meios educativos.

Período em que deve ser realizado

O prazo máximo para realização das simulações varia de acordo com a parcialidade do treinamento e a intensidade do risco simulado (alto, médio ou baixo). Confira abaixo os períodos mínimos que devem obedecidos para a realização das simulações:

  • risco médio ou baixo: período de seis meses para simulados parciais e 12 meses para completos;
  • risco alto: período de três meses para os parciais e seis para os completos.

Procedimento básico

Há uma série de passos que devem ser seguidos ao se realizar o treinamento. Veja em uma ordem lógica e de fácil entendimento a seguir:

Ao identificar a situação de perigo, alerte todos os ocupantes e acione os sinalizadores disponíveis no prédio. Analise a situação com cautela e confira os passos descritos no manual para planos emergenciais.

O Corpo de Bombeiros e outros órgãos — como a Polícia Militar — devem ser acionados imediatamente. Informe-os o endereço do local, nome do edifício e demais informações necessárias.

Caso haja vítimas, preste os primeiros socorros básicos ou peça a que alguém os faça até a chegada de um especialista.

Com o intuito de evitar que a situação se agrave, corte as fontes de energia e feche válvulas de tubulação e gás. Abandone a área e conduza todas as pessoas a um ponto seguro.

Após, isole fisicamente a área de forma a garantir que pessoas não autorizadas adentrem ao local. Se possível, confine e combata o incêndio com extintores até que profissionais cheguem ao local.

Revisão do plano de emergência

Após a realização do exercício, os responsáveis devem se reunir para avaliar sua eficácia, elaborando uma ata que conste, nos termos da NBR nº 15.219:2005:

  • data e horário do evento;
  • tempo gasto no abandono;
  • tempo gasto no retorno;
  • tempo gasto no atendimento de primeiros socorros;
  • atuação dos profissionais envolvidos;
  • comportamento da população;
  • participação do Corpo de Bombeiros e tempo gasto para sua chegada;
  • ajuda externa (por exemplo: PAM — Plano de Auxílio Mútuo etc.);
  • falhas de equipamentos;
  • falhas operacionais;
  • demais problemas levantados na reunião.

Quais são as boas práticas de uma empresa?

Além de realizar as simulações conforme a norma, a empresa pode tomar algumas providências que reduzirão ainda mais os danos causados.

Uma dessas medidas é manter os equipamentos de segurança funcionais e de fácil acesso. Os itens essenciais para amenizar os danos são:

  • extintores e mangueiras de incêndio;
  • detector e alarme de incêndio;
  • iluminação de emergência;
  • portas corta-fogo;
  • sinalização;
  • bombas hidráulicas.

Mantenha saídas com fácil acesso a deficientes físicos — eles necessitam de atenção especial principalmente em casos emergenciais.

Além disso, é recomendável que a empresa realize uma investigação, levantando possíveis causas do acidente e tome as ações necessárias a preveni-las no futuro.

Com este post, pode-se concluir que fazer a simulação de emergência na empresa não é difícil, basta seguir os passos descritos neste guia. Ao fazê-lo, você poderá trabalhar com tranquilidade, pois saberá que todos estarão mais seguros e que as perdas patrimoniais serão mínimas.

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