Como o técnico deve proceder em caso de acidente do trabalho?

Como o técnico deve proceder em caso de acidente do trabalho?

Nenhuma empresa está livre de acidentes de trabalho, pois como o próprio nome já indica, esse tipo de ocorrência não tem data programada para acontecer. Por mais que o técnico de segurança do trabalho implemente as melhores ações preventivas, ainda assim, acidentes podem acontecer e é preciso que os profissionais da área saibam como proceder.

Segundo o Art. 19 da lei nº 8.213/91: “Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, com o segurado empregado, trabalhador avulso, médico residente, bem como o assegurado especial no exercício de suas atividades, provocando lesão corporal, perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução, temporária ou permanente, da capacidade para o trabalho.”

Apesar da segurança no trabalho ser uma conduta coletiva, se um empregado se acidentar, os gestores desta área são responsáveis por seguir uma série de passos.

Para isso é necessário o conhecimento das melhores práticas. Reunimos neste post os principais procedimentos em caso de acidente do trabalho. Continue acompanhando!

Solicitar atendimento médico

Acidentes de trabalho podem ser típicos (acidentes mais comuns como tropeços), de trajeto (no deslocamento do funcionário para casa) ou atípicos (desencadeados pelo exercício do trabalho).

Em qualquer um dos casos, o primeiro procedimento em caso de acidente de trabalho deve ser prestar atendimento médico à vítima. Por conta disso, o técnico de segurança do trabalho deve ser devidamente treinado para prestar os primeiros socorros. Afinal, este pré-atendimento pode evitar complicações futuras e salvar vidas.

Os princípios do atendimento de emergência estão baseados nos três “R”:  rapidez no atendimento, reconhecimento das lesões e reparação das lesões. Mesmo os passos iniciais como verificação da passagem de ar, respiração e circulação da vítima devem ser feitos por profissionais.

Em algumas empresas, profissionais além do técnico de segurança são treinados e habilitados para realizar os procedimentos socorristas. Neste caso, não há problema algum. Após o primeiro atendimento, o paciente deve ser encaminhado para a avaliação médica.

Registrar o acidente

Uma vez que o funcionário acidentado recebeu o tratamento médico necessário, é hora dele ser encaminhado para o Serviço de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) ou, até mesmo, para um membro da CIPA. Este passo precisa ser tomado em até no máximo o primeiro dia útil após a ocorrência.

Um bom gestor de RH é aquele que valoriza o bom relacionamento e convívio entre os funcionários. Pensando nisso, esse profissional precisa entrar em ação, procurando se aproximar do acidentado para conversar. Usar o bom papo para tentar entender como o acidente, de fato, aconteceu, é quase uma regra.

Mais importante ainda é correr contra o tempo para que o empregado lesionado não acabe se esquecendo dos detalhes envolvidos. Esses passos facilitarão a investigação do acidente em busca de descobrir a sua causa e a eliminar a sua repetição.

Realizar a CAT — Comunicação de Acidente de Trabalho

Obrigatória por lei, a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) existe para formalizar os casos de acidente ou doença ocupacional dos trabalhadores.

Ela atua como uma maneira de garantir apoio ao funcionário acidentado através de documentação reconhecida. Sem ela, a vítima do acidente não consegue ter acesso aos benefícios destinados para tais ocasiões como obter o auxílio-doença acidentário, dar entrada no INSS e tirar o FGTS.

A forma mais prática de comunicar o acidente é através do site da Previdência Social ou nas próprias unidades da Previdência.

Em caso de afastamentos por mais de 15 dias, será preciso procurar a agência do INSS mais próxima para dar entrada no auxílio-doença. Como consequência, o empregado passa a ter estabilidade do contrato de trabalho por 12 meses.

É através da CAT que o INSS consegue mensurar a quantidade de acidentes de trabalho que acontecem no país. Para a empresa, uma CAT preenchida é vista com maus olhos. Afinal de contas, ela significa a perda de um funcionário por tempo indeterminado, além de gastos financeiros e outros comprometimentos.

Conversar com as testemunhas

A conversa com as testemunhas é uma etapa delicada que deve ser feita com estratégia e empatia. Ao contrário do que muitos pensam, os funcionários não são inimigos do técnico de segurança ou do departamento de RH. Pelo contrário, eles devem ser verdadeiros aliados.

A conversa com as testemunhas deve ser feita em particular. Isso facilitará com que o gestor observe divergências entre as versões oferecidas, caso hajam.

Quando inspecionar o local onde o acidente ocorreu, é importante se manter livre de prejulgamentos sobre o evento inesperado. Assim, o gestor evitará que as versões do fato tragam influências desnecessárias. Afinal de contas, ele não estava no local do acidente e precisa ter certeza antes de tomar todas as medidas necessárias.

As investigações de acidentes devem apurar o que, como e por que aconteceu. Além disso, é necessário entender como o acontecido poderia ter sido evitado. Somente com as informações a postos você poderá partir para o próximo passo.

Escrever a sua análise do acidente

Depois de ter feito toda a investigação sem ir atrás de culpados, mas, sim, em busca de descobrir a razão do erro, você estará pronto para escrever a sua análise do acidente.

Parar na etapa investigação significa descompromisso com a segurança. Tão importante quanto apurar as causas é propor esforços para combatê-las. Por isso, corra contra o tempo e providencie uma boa análise documentada. Se for possível, analise incidentes também.

Utilize as suas informações sólidas obtidas na versão do acidentado, das testemunhas e, até mesmo, nas informações do processo produtivo, afinal, o acidente pode ter ocorrido por conta de uma mudança ligada à produção, como falhas de manutenção, atrasos, etc.

O quesito mais importante para evitar acidentes de trabalho é a prevenção. Quando o assunto é a segurança no ambiente empresarial, um simples erro pode representar uma tragédia.

O uso correto dos EPCs (Equipamentos de Proteção Coletiva) e EPIs (Equipamento de Proteção Individual) são ações preventivas que podem evitar com que grande parte dos acidentes de trabalho ocorram.

Se você já teve problemas com acidentes de trabalho, deixe um comentário contando a sua experiência. Esperamos que a nossa lista de procedimentos em caso de acidente do trabalho tenha sido útil para você! Até a próxima!